Análise dos Dados
O Peso da Doença – Resultados Completos da Pesquisa
Informações Gerais – O Peso da Doença
Essa seção apresenta o panorama global da ação "O Peso da Doença", com todas as ESF incluídas no estudo. Os dados englobam 234 participantes e 23 variáveis relacionadas a perfil sociodemográfico, estado nutricional, estilo de vida, presença de doenças crônicas, uso de medicações e percepção subjetiva de saúde.
Variáveis Coletadas
Distribuição por Sexo
Classificação do IMC
Níveis de Atividade Física
Percepção de Saúde
1. Perfil Demográfico
Dados de Idade
- Amostra total:234 pessoas
- Idade média:47,9 anos
- Mediana:50 anos
- Amplitude:18-90 anos
Distribuição por Sexo
- Feminino:170 (72,6%)
- Masculino:64 (27,4%)
2. Estado Nutricional (IMC)
Índices do IMC
- IMC médio:27,1 kg/m²
- IMC mediano:26,6 kg/m²
- Amplitude:17,1-51,2 kg/m²
Classificação do IMC
- Baixo peso:6 (2,6%)
- Eutrofia:84 (35,9%)
- Sobrepeso:89 (38,0%)
- Obesidade I:34 (14,5%)
- Obesidade II:12 (5,1%)
- Obesidade III:9 (3,8%)
⚠️ Resumo: 61,4% da amostra apresentam excesso de peso (sobrepeso + obesidade).
3. Estilo de Vida
Tabagismo
- Não fumantes:197 (84,2%)
- Fumantes:37 (15,8%)
Álcool
- Não consome:158 (67,5%)
- Consome:76 (32,5%)
Atividade Física
- Nível 1:105 (44,9%)
- Nível 2:30 (12,8%)
- Nível 3:44 (18,8%)
- Nível 4:32 (13,7%)
- Nível 5:23 (9,8%)
⚠️ Resumo: 57,7% apresentam baixa atividade física (escores 1 e 2).
4. Doenças e Medicações
Distribuição de Doenças
Média: aproximadamente 0,9 doenças por participante
- 0 doenças:~40%
- 1 doença:~35%
- 2 doenças:~15%
- 3 ou mais doenças:~10%
Observação
Há subgrupos com múltiplas doenças (multimorbidade) e maior uso de medicações, caracterizando grupos de maior risco.
5. Percepção Subjetiva de Saúde
Distribuição (escala 1 a 5)
- 1 – Muito ruim:7 (3,0%)
- 2 – Ruim:11 (4,7%)
- 3 – Regular:51 (21,8%)
- 4 – Boa:107 (45,7%)
- 5 – Muito boa:58 (24,8%)
Resumo
70,5% avaliam a saúde como "boa" ou "muito boa", apesar da alta prevalência de excesso de peso e sedentarismo.
6. Relações Entre Variáveis
O IMC se relaciona positivamente com a circunferência abdominal (CA) e com alertas de risco (Alerta CA e Alerta RCE), demonstrando que indivíduos com maior IMC tendem a apresentar maior risco cardiometabólico.
Idades mais elevadas tendem a se associar a maior número de doenças e maior uso de medicamentos, refletindo o processo natural de envelhecimento e acúmulo de condições crônicas.
Níveis mais altos de atividade física tendem a se associar a IMC mais baixo, reforçando a importância do exercício físico na manutenção do peso corporal adequado.
O conjunto de dados reforça a importância de intervenções em estilo de vida, especialmente focadas em alimentação saudável e prática regular de atividade física.
7. Conclusões Gerais
Principais Achados:
- • Alta prevalência de excesso de peso (61,4%)
- • Sedentarismo predominante (57,7%)
- • Parte da população com doenças crônicas
- • Percepção de saúde mais positiva que dados objetivos
Recomendações:
É fundamental a implementação de programas educativos sobre alimentação saudável, incentivo à prática regular de atividade física e acompanhamento contínuo com a equipe de saúde para prevenção e controle de doenças crônicas.
Análises Estatísticas Avançadas – Amostra Geral
Estatísticas Descritivas
| Variável | Média | Mediana | Mínimo | Máximo | Desvio Padrão |
|---|---|---|---|---|---|
| Idade | 47,92 | 50,0 | 16,0 | 90,0 | 18,10 |
| IMC | 27,09 | 26,65 | 17,1 | 51,2 | 5,35 |
| CA (cm) | 92,16 | 92,0 | 60,0 | 157,0 | 14,96 |
| Qtd Doenças | 0,94 | 1,0 | 0 | 5 | 1,17 |
| Qtd Medicações | 2,93 | 2,0 | 1 | 14 | 2,31 |
Correlação entre variáveis (amostra geral)
Idade × Qtd Doenças: r = 0,58
Idade × Qtd Medicações: r = 0,48
IMC × CA: r = 0,81
CA × Qtd Doenças: r = 0,27
Atividade Física × IMC: r = -0,15
Atividade Física × CA: r = -0,22
Atividade Física × Qtd Medicações: r = -0,10
Interpretação dos Resultados
Os dados estatísticos revelam padrões importantes sobre o perfil de saúde da população estudada. A correlação forte entre Idade e Quantidade de Doenças (r = 0,58) indica que o envelhecimento está diretamente associado ao acúmulo de condições crônicas, um padrão esperado que reforça a necessidade de acompanhamento preventivo em todas as faixas etárias.
A correlação muito forte entre IMC e Circunferência Abdominal (r = 0,81) confirma que o excesso de peso está intimamente ligado ao acúmulo de gordura abdominal, um dos principais fatores de risco cardiovascular. As correlações negativas entre Atividade Física e os indicadores antropométricos (IMC e CA), embora moderadas, demonstram que a prática regular de exercícios contribui para a manutenção de um peso saudável e redução do risco cardiometabólico. Estes achados reforçam a importância de intervenções focadas em estilo de vida ativo e alimentação equilibrada como estratégias fundamentais de prevenção e promoção da saúde na população atendida pelas ESF.